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Spotify aponta alta de 64% no consumo de MPB entre a Geração Z, confirmando tendência dos últimos anos

Falar em MPB já foi sinônimo de violão em churrasco ou trilha sonora de gerações passadas. Hoje, os dados revelam que quem mais pressiona o play nesse gênero é a Geração Z. Entre 2022 e 2024, o consumo de música popular brasileira cresceu 47% no Spotify. O mais impressionante é que 64% desse aumento veio […]

Violão segue relevante entre os jovens - Crédito Quoc Bao


Falar em MPB já foi sinônimo de violão em churrasco ou trilha sonora de gerações passadas. Hoje, os dados revelam que quem mais pressiona o play nesse gênero é a Geração Z. Entre 2022 e 2024, o consumo de música popular brasileira cresceu 47% no Spotify. O mais impressionante é que 64% desse aumento veio dos jovens de 18 a 24 anos, faixa etária que já representa 25,1% de todo o consumo de MPB na plataforma e que foi a única a crescer proporcionalmente nesse período.

Esse dado confirma uma tendência que não surgiu em 2025. Pesquisas já mostravam que, durante a pandemia, a MPB foi o gênero mais ouvido por jovens em 11 estados brasileiros, segundo o levantamento do Flow Creative Core. Essa aproximação não é exclusividade da Geração Z, mas parte de um movimento cíclico. Em diferentes décadas, é comum os jovens voltarem seus ouvidos para a música brasileira como forma de reconexão com a identidade cultural.

O crescimento nas plataformas digitais

O aumento no consumo digital mostra que a MPB deixou de ficar restrita a patrimônio da memória e ganhou espaço em playlists, festivais e nas próprias redes sociais. O crescimento proporcional da faixa de 18 a 24 anos foi decisivo para o gênero voltar a aparecer em destaque nas métricas de streaming. Para o público jovem, essa aproximação passa tanto pelo contato familiar com os clássicos quanto pelas novas formas de apresentação em contextos digitais.

Com a cena da Nova MPB que se consolida também nos palcos dos festivais, artistas consagrados e nomes emergentes vêm encontrando espaço na mesma prateleira. A mescla entre versões originais e releituras garante vitalidade ao gênero, que se mantém presente em festas, trends de TikTok e até no rap nacional, quando artistas como BK recorrem a samples de Djavan e Milton Nascimento para compor suas faixas.

A volta da MPB ao radar jovem também está ligada à herança transmitida em casa. Muitos desses ouvintes cresceram em contato com discos, rádios ou playlists montadas por pais e familiares, o que ajuda a explicar a familiaridade com nomes como Marisa Monte, Chico Buarque e Tim Maia. Esse vínculo afetivo, atualizado pelas plataformas de streaming, dá novos significados ao consumo e estimula a busca por versões contemporâneas que dialogam com esse repertório.

O papel das releituras e fusões

Geração Z ouve música (Crédito RDNE Stock project)
Geração Z ouve música (Crédito: RDNE Stock project)

Outro fator que contribui para essa expansão é a forma como a MPB vem dialogando com outros gêneros. O funk, por exemplo, tem revisitado clássicos de Rita Lee e Seu Jorge, enquanto artistas da cena pop reinterpretam canções de Legião Urbana e O Rappa em novas versões. O resultado é um repertório híbrido, que mantém a identidade da MPB ao mesmo tempo em que se conecta ao comportamento digital da juventude.

Essa reinvenção se reflete também nos dados de faixas mais escutadas pelos jovens de 18 a 24 anos em 2024. Entre elas estão “Lisboa”, de ANAVITÓRIA e Lenine, “Aliança”, dos Tribalistas, e “Tempo Perdido”, da Legião Urbana. Clássicos como “Dias de Luta, Dias de Glória”, do Charlie Brown Jr., e “Velha Infância”, também dos Tribalistas, seguem ocupando posição de destaque nas playlists da Geração Z.

Um ciclo de retorno

Embora a presença da MPB nas estatísticas seja visível, especialistas alertam para a natureza cíclica desse interesse. A música popular brasileira já viveu outros momentos de redescoberta entre gerações mais novas, e a questão é saber se essa retomada se tornará consistente ao longo do tempo.

Ainda assim, a combinação de memória afetiva, facilidade de acesso nas plataformas digitais e fusões sonoras com estilos contemporâneos indica que o gênero tem conseguido se reinventar para além da nostalgia. A Geração Z consome os clássicos e até redefine o que é MPB, levando-a para espaços digitais, festivais e novas sonoridades que confirmam sua vitalidade nos últimos anos.

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