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Morre Preta Gil aos 50 anos; cantora deixa legado no mercado musical e no carnaval de rua

Preta Gil morreu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, em Nova York, em decorrência de complicações de um câncer diagnosticado em janeiro de 2023. Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, ela construiu uma trajetória própria no mercado musical brasileiro. Cantora, apresentadora e empresária, Preta uniu palco e bastidores, com impacto que atravessou […]

Preta Gil (Crédito: Reprodução/Instagram)


Preta Gil morreu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, em Nova York, em decorrência de complicações de um câncer diagnosticado em janeiro de 2023. Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, ela construiu uma trajetória própria no mercado musical brasileiro. Cantora, apresentadora e empresária, Preta uniu palco e bastidores, com impacto que atravessou áreas como a música pop, o marketing de influência e, de forma decisiva, o carnaval de rua do Rio de Janeiro.

O Bloco da Preta, fundado em 2010, se tornou um exemplo de como transformar um bloco em plataforma cultural e comercial. O espaço festivo ajudou a estabelecer um modelo de profissionalização que passou a ser referência para artistas, produtores e marcas. Em paralelo, Preta expandiu sua atuação no mercado por meio da Mynd, agência de marketing de influência, e da Music2Mynd, voltada à gestão de carreiras musicais.

Como o Bloco da Preta mudou o carnaval carioca

O carnaval de rua do Rio já vivia um processo de expansão quando Preta Gil decidiu criar seu bloco. Mesmo assim, muitos grupos ainda operavam de forma amadora, dependendo de voluntariado e patrocínios pontuais. Preta trouxe experiência de produção, visão de negócios e uma rede de contatos que incluía artistas, marcas e imprensa.

O crescimento foi rápido. O Bloco da Preta passou de milhares para centenas de milhares de foliões, chegando a reunir cerca de 500 mil pessoas em suas edições mais recentes. O evento passou a atrair o público local e turistas, empresas patrocinadoras e artistas convidados, como Ivete Sangalo, Anitta e Ludmilla. Esse movimento ajudou a posicionar os blocos de rua como parte relevante da economia criativa do Rio, com impacto direto em áreas como segurança, infraestrutura, turismo e comércio.

Uma empresária que entendeu o funcionamento do mercado

Preta Gil (Crédito: Reprodução/Instagram)

O sucesso do Bloco da Preta não veio apenas do palco. Preta foi uma das poucas artistas brasileiras que transitou entre performance e gestão de forma consistente. Na Mynd, ajudou a consolidar a agência como uma das principais no segmento de marketing de influência no país. Na Music2Mynd, trabalhou para aproximar artistas e marcas, articulando campanhas e projetos que cruzavam música e publicidade, área em que atuou antes de seguir na música.

Essa experiência foi fundamental para transformar o bloco em um negócio estruturado. A produção envolvia planejamento de mídia, equipes técnicas, ações promocionais e negociações com patrocinadores, servindo de inspiração para outros blocos que buscavam crescer e se consolidar no carnaval de rua.

Um repertório que ia além da música

Embora tenha lançado álbuns como “Prêt-à-Porter” (2003) e “Sou Como Sou” (2005), Preta Gil ficou marcada principalmente pela presença no palco, pela performance energética e pelo contato direto com o público. Sua participação em programas de televisão, produções teatrais e campanhas publicitárias ajudou a manter sua imagem presente e conectada com diferentes públicos.

Outro elemento que marcou sua carreira foi a disposição em abordar temas como autoestima, sexualidade e representatividade. Preta ocupou um espaço de fala importante em debates culturais e sociais, ampliando sua atuação para além da música e do entretenimento.

Um legado que molda o carnaval e o mercado

A morte de Preta Gil abre perguntas sobre o futuro do Bloco da Preta, mas não altera o impacto que ela teve no carnaval carioca e no mercado musical. O modelo que ela ajudou a construir permanece influente: blocos como o seu continuam servindo de exemplo para artistas que querem unir arte, negócios e público em eventos de grande porte.

Preta mostrou que a música, no Brasil, não acontece apenas nos palcos ou estúdios. Ela acontece também nas ruas, nas negociações de bastidor, nas ações de marca e na articulação entre artistas e audiência. Esse olhar continuará presente na forma como o carnaval e a indústria da música se organizam.

Repatriação e cerimônias de despedida

A família de Preta Gil segue em Nova York cuidando dos trâmites burocráticos para repatriação do corpo ao Brasil. Segundo o Consulado-Geral do Brasil em Washington, o translado envolve emissão de registros de óbito, certificados sanitários e autorização das autoridades locais e aeroportuárias. 

O corpo será trazido em voo comercial e, segundo a família, as informações sobre velório e enterro serão divulgadas nos próximos dias. As cerimônias de despedida deverão ocorrer no Rio de Janeiro, cidade onde Preta construiu parte fundamental de sua trajetória artística e empresarial.





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