Mateus Fazeno Rock lança “ARTE MATA”; ouça agora

Fazer arte pode curar, mas também pode ferir. É justamente dessa tensão, entre o poder de criação e os limites da exaustão, que nasce “ARTE MATA”, nova música de Mateus Fazeno Rock. O single chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira, 30 de Maio, pela gravadora Deck.

A faixa inaugura a fase do terceiro disco de sua carreira, sucessor do aclamado Jesus Ñ Voltará (2023), que sairá em Agosto. Agora, Mateus vive um momento mais autônomo e maduro em sua trajetória. Pela primeira vez, ele conduziu a pré-produção no computador de casa. Além disso, teve liberdade para definir caminhos criativos e gravou com banda em estúdio. Esse processo revelou um novo olhar sobre os temas centrais de sua obra, desta vez com mais esperança e sonho, porém sem idealizar a realidade.

Um manifesto que fala por muitos

Além de música, “ARTE MATA” é um manifesto sonoro, poético e político. Com influências do spoken word e da intensidade das poesias dos saraus que moldaram sua formação artística, Mateus denuncia de forma crua a precariedade estrutural da produção cultural no Brasil. Além disso, aponta o apagamento de tradições musicais como o maracatu e o samba-enredo.

Eu quero ser o verso poderoso de quem poderia segurar a bandeira, mas tá sem forças. Aquele que caiu, mas vai se levantar; aquela que falhou, mas vai tentar de novo. A ARTE MATA. A vida imita a arte, mas a Arte Mata. Artista nato, eu trago o ritmo como artefato e, das palavras, faço artesanato apenas por comida no prato, fazendo aquilo que foi destinado: mudar o mundo bem lentamente, fazendo a arte que morreu, a Arte morta. BRASIL MATA”, recita o artista, em momentos impactantes da faixa.

A composição também se destaca pela forma. Enquanto a primeira parte da música é marcada pela palavra falada como grito de resistência e identificação, a segunda metade é inteiramente instrumental, promovendo uma paisagem sonora contemplativa, conduzida por guitarras, sintetizadores, percussões e texturas densas que ampliam a dimensão emocional do manifesto.

Ouça “ARTE MATA” na íntegra ao final da matéria!

Produção de peso e colaborações potentes

Produzida por Mateus Fazeno Rock ao lado de Fernando Catatau (Cidadão Instigado, Otto, Arnaldo Antunes) e Rafael Ramos (Pitty, Josyara, Alceu Valença), “ARTE MATA” nasceu em diferentes espaços criativos: nos estúdios Magnólia Produções (CE) e Tambor (RJ), além das gravações nas casas de Mateus e Catatau.

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Conheci o trabalho do Catatau quando ouvi o disco ‘Uhuu!’, do Cidadão Instigado. Foi uma conexão inesperada, fiquei impressionado com a forma dele falar sobre a cidade. Desde então, a gente vem conversando e foi ótimo tê-lo nesse álbum pensando nos detalhes das texturas e tocando” – comentou Mateus.

A mixagem foi realizada por Vitor Farias, Catatau e Ramos, enquanto a masterização ficou a cargo de Chris Gehringer (Sterling Sound, NY), renomado por trabalhos com Rihanna, Dua Lipa, Rosalía e Wu-Tang Clan.

O time de músicos também impressiona. Participam da faixa Marcus Au Coelho (baixo), Susannah Quetzal (synths), Mumutante e Jocasta Britto (vocais de apoio), Afrokaoooos (efeitos e percussão) e Glhrmee (bateria). A guitarra, marca registrada de Mateus, continua sendo o fio condutor de uma estética que une protesto, memória e experimentação.

O resultado final não apenas denuncia: acolhe, provoca, propõe, sonha e resiste. É uma música que exige escuta atenta.

A força criativa de Mateus Fazeno Rock

Reconhecido como um dos nomes mais instigantes da nova cena brasileira, Mateus Fazeno Rock constrói uma obra que mistura rock, poesia falada, ritmos afro-brasileiros e sonoridades eletrônicas. Nascido e criado na periferia de Fortaleza, ele transforma suas vivências em uma linguagem sonora potente, política e original.

Nos últimos anos, seu talento tem reverberado em palcos e projetos de grande destaque, como os festivais Coquetel Molotov, DoSol e Primavera Sound São Paulo.

Com esse histórico expressivo e a força criativa que pulsa em seu trabalho, Mateus Fazeno Rock é um artista para escutar e acompanhar sempre de perto.

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