Israel Cruz da Silva, conhecido artisticamente como RealMC, é um nome em ascensão na cena da música urbana brasileira. Com apenas 21 anos, o artista nascido em Curitiba e criado no litoral do Paraná, atualmente morando na zona norte de São Paulo, já coleciona vivências profundas com o funk e o rap, gêneros que ajudaram a moldar sua trajetória desde os 11 anos, quando começou a rimar e escrever suas primeiras letras.
Recentemente, o nome de RealMC ganhou destaque nas redes sociais após um vídeo de uma suposta abordagem policial durante a gravação de seu novo videoclipe viralizar, atingindo cerca de 3 milhões de visualizações. A cena, que à primeira vista parecia retratar mais um caso de abuso de autoridade, foi na verdade uma estratégia artística idealizada como parte do projeto “O Plano deu Certo”, produzido pela Nova Era Produtora — uma das principais produtoras de funk de São Paulo no momento.
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Segundo RealMC, o projeto tem como objetivo denunciar as violências e desigualdades vividas pelas comunidades periféricas, levantando uma crítica direta ao sistema.
“No início da minha parte coloquei um verso forte que representa acima de tudo a opressão do sistema no geral como taxas altas e impostos, desvio do dinheiro público e corrupção, desigualdade social, no geral a injustiça contra a classe que faz parte da engrenagem mais importante da sociedade: a mão de obra! O “ouro que foi tomado” seria a liberdade financeira, o tempo saudável, um relato sobre a sociedade que trabalha em prol de um governo que ao invés de facilitar, dificulta ainda mais a vida dos trabalhadores, sem fazer diferença entre trabalhadores, criminosos e marginais.”, afirma o MC.
Um grito coletivo
O alcance do vídeo foi maior do que o esperado e gerou uma onda de identificação coletiva. Centenas de pessoas de diferentes partes do Brasil usaram os comentários para relatar experiências semelhantes de abusos em abordagens policiais. Com isso, a crítica se expandiu para além da ficção, transformando-se em um debate nacional sobre violência policial e direitos humanos.
“”Eu só expressei tudo que já aconteceu comigo várias vezes em um passado recente! Até a fala “e isso é trabalho” foi exatamente o que eu escutei a uns anos atrás em um enquadro na Zona Leste logo na primeira semana em SP, minha quebrada tem 30 mil habitantes, desde aquela época eu já sofria uma certa opressão por ter tatuagens no rosto e pelo corpo todo, não posso generalizar toda a polícia como opressora, mas como dizia racionais, “a atitude do mal influencia a minoria boa” a diferença é que agora nossa voz tem força e liberdade; paz pra todos!””, destaca RealMC.
A repercussão atingiu veículos de mídia de diferentes nichos, que passaram a cobrir o caso, refletindo sobre o papel da arte como ferramenta de denúncia social. Apesar do tom provocativo da ação, em nenhum momento a equipe confirmou que os eventos retratados seriam reais — reforçando o caráter expressivo e artístico do projeto.
A mensagem por trás da polêmica
O artista afirma que sua prioridade agora é continuar esclarecendo as intenções do projeto e incentivando o debate sobre o papel das forças de segurança pública no país. Ele também reforça que está bem e que segue firme em sua trajetória artística, agora ainda mais engajada socialmente.
Assista ao clipe de “O Plano Deu Certo”
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