Um novo estudo do Buffer, baseado na análise de milhões de posts publicados ao longo de 2025, ajuda a responder uma das perguntas mais comuns entre artistas, produtores e profissionais de marketing: qual formato de conteúdo mais engaja nas redes sociais? A pesquisa detalha o desempenho de vídeos, carrosséis, imagens e textos em seis plataformas: TikTok, Instagram, Facebook, LinkedIn, Threads e X (antigo Twitter). O resultado revela que a ideia de que “só vídeo importa” não se sustenta em todos os casos.
O material é especialmente relevante para quem atua no mercado da música e precisa equilibrar produção de conteúdo com estratégia. Embora os vídeos ainda sejam muito eficazes em termos de alcance, a análise mostra que outros formatos podem ser mais indicados para engajamento, dependendo da rede e do objetivo.
TikTok ainda prioriza vídeos, mas outros formatos começam a ganhar espaço
No TikTok, como esperado, os vídeos seguem como o formato dominante. Segundo os dados do Buffer, eles geraram 18% mais visualizações que posts apenas com texto e 7% a mais do que os carrosséis de imagens. Isso confirma que, na plataforma originalmente criada para o compartilhamento de vídeos curtos, esse formato continua sendo o mais favorecido pelo algoritmo.
No entanto, o estudo também revela um dado importante para quem busca diversificar formatos: os carrosséis e textos não ficam muito atrás. Os carrosséis, que consistem em uma sequência de imagens roláveis, apresentaram desempenho competitivo, com 10,5% mais visualizações que os posts somente com texto. Essa aproximação de resultados indica que há espaço para testes criativos com outros tipos de postagens no TikTok, inclusive para artistas que desejam divulgar faixas, letras, bastidores ou artes de capa.
Instagram favorece o alcance dos vídeos, mas engajamento vem dos carrosséis

No Instagram, a situação é dividida entre dois objetivos principais: alcançar novos públicos e engajar quem já segue o perfil. De acordo com o Buffer, os Reels geraram 39% mais alcance do que carrosséis e 122% a mais do que imagens únicas. Isso reforça o papel dos Reels na descoberta e ampliação da base de seguidores, o que pode ser especialmente interessante para artistas em fase de lançamento ou promoção de turnês.
Por outro lado, quando o foco é o engajamento (ou seja, curtidas, comentários, salvamentos e compartilhamentos) os carrosséis foram os grandes vencedores. Eles renderam 12% mais interações do que os Reels e 114% mais que as fotos isoladas. Isso mostra que o público tende a se engajar mais com conteúdos que apresentam uma sequência visual, como bastidores em etapas, capas alternativas de álbuns ou trechos de letra em slides, o que pode ser explorado por músicos e equipes de marketing para reforçar narrativas.
Facebook mantém alta performance para imagens e reduz prioridade de links

No Facebook, os números confirmam que o formato tradicional de imagem ainda é o mais eficaz em gerar engajamento. As fotos alcançaram 35% mais interações que os textos e 44% mais que os vídeos. Esse comportamento do público se alinha ao modo como a plataforma é usada hoje, com navegação rápida e passiva, privilegiando conteúdos visuais de fácil consumo. Para artistas e criadores, isso pode significar mais retorno ao publicar registros de shows, cartazes, fotos de bastidores ou artes de divulgação.
Os textos ficaram na segunda posição, com 6,7% mais engajamento que vídeos. Já os posts com links apresentaram os piores resultados, sendo os que menos incentivaram interações. Esse dado reforça a tendência de valorização dos chamados conteúdos “zero clique”, ou seja, postagens que entregam a informação completa na própria plataforma, sem necessidade de redirecionamento. Assim, ao divulgar clipes, lançamentos ou entrevistas, é recomendável adaptar a mensagem ao formato da rede e não depender apenas de links externos.
Imagens superam texto e vídeo no Threads, mesmo sendo uma rede textual

No Threads, plataforma associada ao Instagram e pensada inicialmente para promover discussões em formato de texto, os resultados foram surpreendentes. O estudo do Buffer mostra que posts com imagens geraram 60% mais engajamento que os textos e 0,6% mais do que os vídeos, ocupando o primeiro lugar em desempenho. Mesmo vídeos curtos, que ficaram na segunda colocação, superaram os textos em 59%.
Essa inversão sugere que, embora a proposta da rede seja mais voltada à conversa e opinião, o comportamento do público segue influenciado pelo apelo visual. Posts que combinam texto com imagem ou vídeo conseguem se destacar mais no feed e geram mais interações. Para os artistas, isso abre espaço para compartilhar ideias, trechos de letras ou reflexões acompanhadas de artes visuais, mantendo a essência da conversa, mas com potencial ampliado de engajamento.
LinkedIn valoriza conteúdos educativos e carrosséis

No LinkedIn, a plataforma que mais tem crescido em termos de presença de criadores de conteúdo, o formato campeão foi o carrossel de documentos. Esse tipo de post apresentou 278% mais engajamento que os vídeos, 303% mais que imagens e quase 600% a mais que os textos simples. Para artistas e profissionais da música, essa informação é especialmente útil em ações de posicionamento profissional, como portfólios de carreira, explicações de processos criativos ou bastidores de lançamentos.
Os vídeos ocuparam o segundo lugar, com 84% mais engajamento que textos e 7% acima das imagens. Já os posts de texto simples ficaram em último. Apesar do investimento recente do LinkedIn em recursos para vídeo, incluindo um feed dedicado, o estudo sugere que a audiência da rede valoriza mais conteúdos informativos, estruturados e educativos. Um post que reúne, por exemplo, dados de turnê, visualizações de clipes ou estratégias de lançamento pode ter melhor performance nesse formato.
Texto continua sendo o formato mais eficiente no X

O X, antigo Twitter, mostra que suas raízes textuais ainda são fortes. Segundo o levantamento, posts com texto simples superaram todos os outros formatos em engajamento. Eles geraram 30% mais interações que vídeos, 37% a mais que imagens, 53% mais que links e 113% mais que retweets. Apesar da tentativa da plataforma de se reposicionar como uma rede de múltiplos formatos, o conteúdo escrito continua sendo o mais valorizado.
Os vídeos ficaram na segunda posição, com desempenho superior ao das imagens e dos links. Mesmo assim, o texto direto e autoral permanece como o formato mais eficaz. Para profissionais da música, isso significa uma oportunidade de usar o X para comentários de bastidores, opiniões sobre o mercado, frases de impacto ou atualizações rápidas, sempre com um tom autêntico e pessoal.
Diversificar formatos e testar consistência pode trazer melhores resultados

O estudo do Buffer conclui que não existe um formato universalmente superior. Cada rede tem um comportamento próprio, e o desempenho dos conteúdos está diretamente ligado ao tipo de público e aos objetivos de quem publica. Vídeos funcionam bem para alcançar novos públicos, mas carrosséis e imagens podem gerar mais engajamento com seguidores já fidelizados. Em plataformas como o X, o texto segue sendo o formato mais poderoso.
Além disso, a consistência na publicação continua sendo um fator decisivo. Manter uma frequência regular, ainda que com formatos simples como texto ou imagem, pode gerar até cinco vezes mais interações, segundo outros estudos da própria Buffer. Isso reforça que a escolha do formato ideal deve considerar também a capacidade de produção da equipe, os recursos disponíveis e o estilo de comunicação mais natural do artista ou da marca.
Levantamentos como este ajudam a identificar tendências e entender melhor o cenário atual das redes, mas não devem ser vistos como um mapa do tesouro ou fórmula infalível. Cada público tem comportamentos e preferências próprios, e cabe a cada artista, equipe ou selo estudar sua audiência e testar diferentes formatos para descobrir o que realmente gera conexão, interesse e engajamento.
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